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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Esperar


E quanto tempo vale à pena esperar? 
Esperar aquela pessoa como criança que aguarda presente de Natal e como diz no Pequeno Príncipe: "Se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz." 
Esperar tanto que as vezes a gente se pega pensando em como ter alguém dentro da gente faz doer. Parece que nem cabe ali, literalmente. 
As vezes aguardamos tanto que a vida torna-se uma sala de espera onde somos eternamente os próximos a serem atendidos.  
Mas tem dias que a nossa paciência não suporta nem fila de banco, quanto mais esperar gente que as vezes parece mais lenta que o percorrer dos ponteiros no relógio.  
Esperar gente decidir se quer ou não quer... se fica ou não fica... se gosta ou não gosta. 
E mesmo com a distância disfarçada de esperança que trás a espera a gente continua ali, dentro de nós mesmos, regando uma esperança que a gente nem sabe explicar por que razão existe.

quinta-feira, 12 de maio de 2011


”(…) Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhada de hiena, pentear-se com franjinha, ter pêlos nas costas e no pescoço, usar palito de dente, trocar os talheres de um momento para outro. Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem.
Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de gosto, de opinião. Não se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente. Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como “estou confuso”. Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança. Não se retrair perante os pais. Não desmarcar um amor pela amizade. Não esquecer de comentar pelo receio de ser incompreendido. Não esquecer de repetir pela ânsia da claridade. Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar atrasado, com a respiração antecipando o beijo. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio.
(…)
Amar com coragem, só isso.”



Fabrício Carpinejar.

Ter ou não namorado?


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil por que namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrimas, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado é mesmo difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem quer se proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia, pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem amor, é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter um namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado que transa sem carinho, que se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e que ama sem alegria. Não tem namorado que faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar. Não tem namorado que não sabe o valor de mãos dadas, do carinho escondido na hora em que passa o filme, de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhadas quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado que não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compras junto. Não tem namorado que não gosta de falar do próprio amor, nem ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado que não redescobre a criança própria e do amado e sai com ela para parques, fliperama,beira d’água, show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonho ou musical do metrô. Não tem namorado que não tem música secreta com ele, que não dedica livros, que não recorta artigos, que não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado que ama sem gostar, que gosta sem curtir, que curte sem se aprofundar. Não tem namorado que nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, de madrugada ou no meio dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado que ama sem se dedicar, que namora sem brincar, que vive cheio de obrigações, que faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que não fala sozinho, não ri de si mesmo e que tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração escovado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passar debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de conto de fadas.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente começar a fazer sentido.



 Artur da Távola.

Quem é que nunca teve um Marcelo, um Felipe, um Ricardo, um Júlio ou um Alexandre na vida? Tudo bem, pode ser uma Juliana, uma Ana, uma Patrícia ou uma Aline…
Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo! A “fila” anda, a coleção de “figurinhas” cresce, a conta de telefone é sempre altíssima. Mas e aí?
O que isso te acrescenta? Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca logo na sua vida?
Se o tal “amor” é impontual e imprevisível que se dane! Não adianta:
As pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é… “Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer.”
Mentira!
Por dentro todo ser humano é igual: Impaciente, sonhador,iludido… Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade!
Pode dar o nome que quiser: Amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja… No fim dá tudo no mesmo.
Pode soar brega, cafona… Mas é a realidade. Inclusive o assunto “amor” é sempre cafonérrimo. Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor.
Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto…
Não lembro se foi o “Wando” ou se foi o “Reginaldo Rossi” que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo “Amor I Love You” e que se o Caetano não tivesse dito “Tô me sentindo muito sozinho…” eles não venderiam mais nenhum disco. Não adianta, o público gosta e vibra com o “brega”.
Não adianta tapar o sol com a peneira. Por mais que você não admita: Você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em Titanic e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em “Uma Linda Mulher.”
Existe pelo menos uma música sertaneja ou um pagodinho que te deixe com dor de cotovelo. Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua você sente a maior inveja.
Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você esta apaixonada no espelho embaçado do banheiro, ou num pedacinho de papel. Você já se viu cantando o mantra “Toca telefone toca” em alguma das sextas-feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja.
Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa “relação” sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco. Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal “E foram felizes para sempre.” Bem, preciso continuar?
Ok, acho que não… Negue o quanto quiser, mas sei que já passou por isso, e se não passou, não sabe o quanto esta perdendo…



Luís Fernando Veríssimo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Eu não existo sem você


 Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
Pois todos os caminhos me encaminham prá você
Assim como o oceano só é belo com o luar
Assim como a canção só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor não é viver
Não há você sem mim, eu não existo sem você

terça-feira, 10 de maio de 2011


Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.




 Caio Fernando Abreu.

domingo, 8 de maio de 2011


Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou afim de receber nada em troca. Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

 
Eu não vou fazer política da boa vizinhança , eu vou mais é berrar e libertar essa verdade de dentro do meu fígado: você é um grandessíssimo filho de uma puta!!!

Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa… que sem amor, a vida não vale a pena.
 


Martha Medeiros 

E você o que?


Me dei, me dei… Mudei. E você, o quê? Fiz tudo, te dei o meu mundo. E você o quê? Joguei, lutei, arrisquei, amei! Gostei, um amor maior: impossível. E você o quê? Ultrapassei meu íntimo. Fechei meus olhos, os olhos da alma. Decidi ignorar meus padrões. Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, disfarcei meus ciúmes, amaciei minhas mágoas. Sua voz me tranquilizara, teu sexo me domava. Fiz como pude e como não pude. Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor. Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo. E pergunto: E você? O quê? Armei sua lona, fiz seu circo, pintei seu mundo. Fiz de você meu primeiro. Usei suas cores, anulei as minhas. Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas. E você amor? O quê? O quê você fez? Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira , me julguei egoísta, fui contra a seu favor. Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim. Fui no fundo, no profundo do meu âmago. Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua, teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço. Pra me sentir mulher, me fiz criança. Fiz pirraça, cena, novela. Decorei um texto pra nada dar errado. Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo. Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro, tua sombra, abri meu peito acreditei na gente. Desconfiei muito, mas confiei demais. E você amor? O quê? Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal? Falou "aquela" frase? Fez planos pra mim? Escolheu um filme pra nós dois? Foi minha companhia para todos os momentos? Foi a um show? Usou "aquela" blusa? Amou-me de verdade? Pensou em mim? No que construímos? No que alcançamos? Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta. Tranquilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não. Amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe? Dizer que você vai se dar bem? Tomara! Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente.



*Diz tudo o que eu acho, com todas as letras e vírgulas*