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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sinto falta

 
Sinto falta das pessoas!
Sinto falta dos abraços!
Sinto falta da capacidade de encontrar o outro caminho sozinha! O caminho que me levava a sorrir e a ter vontade de viver! O caminho que percorremos sem pensar... sem pensar em como vai ser amanhã, nas injustiças deste mundinho pequenino que nos arranca o coração e o atirar para bem longe! Para tão longe que depois fica difícil de o encontrarmos... e de tanto tempo sem ele ficamos capazes de continuar a viver assim, frios e insensíveis...
Sinto saudades de me deitar no colo da minha mãe e de ela me fazer mimos no cabelo, de poder falar com ela sempre que queria. Sinto saudades de ser criança e de brincar na rua, de cair e de magoar, de correr e saltar! De brincar as escondidas e de me esconder nos sítios mas estranhos! Sinto saudades da quinta dos meus avós onde a cada dia se descobria um sitio diferente e onde eu era a menina mais feliz deste mundo! Sinto falta de fazer birras a toda a hora porque não queria comer, porque queria brincar, porque estava de castigo ou porque queria ir e não me deixavam! E porque as birras sempre foram a maneira mais fácil de conseguir o que queria! Sinto falta das historias do meu avô, e do meu avô! Sinto faltas de o ouvir a dizer que eu era capaz de melhor e que as magoas nos ensinavam a viver!
Sento-me aqui hoje , fecho os olhos e relembro os dias da minha infância, aqueles em que a casa dos meus avós era pequena para os netos todos, corríamos pela casa, pelo pátio pela terra como se fosse tudo tão nosso, e como se aquela casa fosse um castelo encantado onde poderíamos descobrir a cada dia coisas novas!
Sinto falta daquele tempo! E sinto que tenho falta de tempo para recordar a falta que aquele tempo me faz! Recordo tudo que aprendi naquele tempo, em que as historias falavam de princesas e donzelas, de meninas felizes que viviam num reino de paz, amor, amizade e de grande felicidade! Tal como eu vivi...
Sinto faltada minha inocência! Do meu sorriso... sinto falta de mim! Percorro as memórias do que já fui e não descubro onde me perdi... não me reconheço...
Talvez me tenha perdido quando me julguei forte e capaz de não chorar quando queria! Talvez me tenha perdido quando percebi que um sim nem sempre é um sim mas que um não é sempre um não! Talvez me tenha perdido quando ouvi vezes sem conta que ia ser forte, que era uma mulher e que chorar era para crianças! Talvez me tenha perdido quando descobri que já não podia fazer birras, bater o pé e chorar quando queria! Talvez me tenha perdido quando descobri que o reino das historias não existia e que afinal a casa dos meus avos não era nenhum castelo encantado!
Talvez não seja o mundo que nos arranque o coração e sejamos nós mesmos a arranca-lo, porque achamos mais fácil pensar que sentir, sem percebermos que é no coração que vivemos...
Sinto falta das certezas, dos abraços, do carinho, dos sorrisos, da coragem, das brincadeiras, das aventuras, da garra e da vontade de gostar!
Sinto falta de mim...

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